Nessa semana o assunto de transtornos alimentares está super em pauta, devido a uma notícia de suicídio de uma menina de 11 anos por ESTAR INFELIZ COM O PRÓPRIO CORPO, e escreveu no seu corpo com o próprio sangue “Meninas bonitas não comem”.
Chocante uma menina de 11 anos estar infeliz com o próprio corpo ou chocante ela fazer isso com a própria vida por esse motivo? Nada disso é chocante! Acontece e muito, desde a infância. E por quê?
Porque cada dia mais as pessoas estão infelizes com os próprios corpos, almejando corpos que a mídia que hoje exalta! Corpos magros e musculosos! Somo BOMBARDEADOS a todo o momento com fotos em redes sociais, atrizes/atores, e modelos que sempre passam a imagem de FELIZES. Isso nos induz a acreditar que ser magra é sinônimo de ser feliz, e infelizmente a busca por essa “felicidade” acontece desde a infância.
Acontece a todo o momento ao nosso redor! Quem de nós nunca ouviu em grupo de mulheres que precisa emagrecer? Ou que está em dieta? Esse assunto nos rodeia em todos os lugares, seja em um elevador, no shopping ou em uma sala de espera de um consultório! O assunto que está sempre presente é sobre DIETA. “ Retirei o arroz e feijão, agora é só batata doce”, “Não posso comer carboidrato, chocolate nunca mais”, “ Água com limão emagrece? Mas e o chá de hibisco?” As pessoas sempre estão em busca de corpos que não são os seus! E sempre através de restrições!
E então, através de DIETAS a base de restrições, os transtornos alimentares aparecem. Seja a anorexia, bulimia, ortorexia, vigorexia ou a compulsão alimentar. O objetivo dessa matéria não é desbravar todos esses transtornos, mas sim alertar pela causa. O início de todos esses transtornos é essa busca incansável pelo corpo perfeito (que não existe) e pelas DIETAS!
E isso nos faz pensar no papel do profissional nutricionista. Seria esse papel prescrever dietas e incentivar restrições? Cortar glúten, lactose e carboidrato? Ou ENSINAR o indivíduo a se alimentar, buscar o equilíbrio aonde todos os tipos de alimentos podem e DEVEM estar presentes no dia-a-dia?
Vejam, não estou aqui para dizer que um indivíduo que se alimenta diariamente de McDonalds está correto, mesmo feliz com o próprio corpo. Estou incentivando a saúde, corporal e MENTAL! O equilíbrio! Aonde independente da pessoa e objetivo da mesma, o ato de se alimentar saudavelmente na maior parte do tempo (e algumas vezes não) e fazer exercício físico ( que goste) é auto-cuidado! É saúde!
Aprendam a amar e respeitar os seus corpos! Busquem a melhor versão dele através da saúde, corporal e MENTAL!
Dra. Camila Rodrigues de Souza Carvalho
Nutricionista / CRN-SP 48061